Em 1961 o Padre vigário de Encantado, Ernesto Aliti, iniciou um trabalho de aglutinação de homens do campo, visando a fundação da Frente Agrária Gaúcha (FAG). Este movimento, na época, passou a existir em todo o país para que fossem criadas associações. No início de 1962 foi iniciado um movimento de conscientização dos agricultores encantadenses para se ter um associativismo da classe buscando melhorar a qualidade de vida em favor de seus direitos humanos, previdenciários e comerciais. Na FAG se destacavam Adilar Giuseppe Bertuol, Severino Augusto Pretto e Ampére Maximino Giordani que batalharam incansavelmente na busca dos direitos do homem do campo. Até que em 25 de março de 1962 foi constituída, em meio a uma grande concentração de trabalhadores, a diretoria provisória do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Autônomos de Encantado.

Algum tempo depois o sindicato teve a sua denominação alterada para Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Encantado (STR), nome que segue até os dias de hoje, 60 anos depois de sua fundação. Desde o princípio até os dias atuais a entidade tem uma posição ativa nos congressos dos sindicatos na busca de reinvindicações como: assistência técnica, recuperação de solo, sementes selecionadas, previdência social, elevação do preço dos mantimentos produzidos na propriedade rural, habitação rural, convênio de atendimento médico, hospitalar e odontológico, valorização da mulher no campo, criação de agroindústrias. Tudo voltado a melhoria na vida do homem do campo.

Nesses 60 anos houve alguns líderes, o primeiro foi Severino Augusto Pretto que presidiu a entidade de 1962 até 1970, após Jandir Cândido Buffon de 1970 até 1973. Avelino José Sangalli assumiu o STR em 1973 ano da inauguração da sede própria do STR e ficou à frente da entidade até 1991. Admir Lorenzon foi seu sucessor sendo presidente de 1991 até 1997. E desde 1997 Gilberto Luiz Zanatta assumiu o STR e segue na presidência até os dias de hoje.

Presidente do STR Gilberto Luiz Zanatta

“Como diretoria participamos de muitas mobilizações, lutando pelo preço do leite, pelo preço do fumo. Participamos de muitas reuniões da transição da Frangosul para JBS para atender os produtores. A questão da energia elétrica estamos trabalhando há muito tempo, para que o produtor tenha luz de qualidade e possa permanecer na agricultura investindo. Com o Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) buscamos recursos para diversos programas como o Mais Alimento, com o juro zero, para aquisição de terras. A habitação rural também foi uma bandeira onde atuamos incansavelmente, entre reformas e construção de novas casas foram aproximadamente 70 moradias beneficiadas. Outro fator de suma importância é a valorização da mulher, que lá atrás praticamente não atuava, e hoje ela é sócia do sindicato, é dirigente e é agricultora com os mesmos direitos que o homem possui. Em 2008 retomamos a Agropecuária do STR e há cerca de um ano estamos administrando o Mercado do STR que está em fase de estruturação. Atualmente uma das nossas maiores lutas é para manter o jovem na propriedade rural e assim dar seguimento ao setor com qualidade de vida ao agricultor. Recentemente fizemos inúmeros mobilizações contra a reforma da presidência, fomos a Brasília onde conseguimos manter os benefícios das aposentadorias rurais. Enfim, o nosso papel a frente do STR é o de defender os agricultores e agroindústrias que trazem o crescimento para o meio rural e para nossas cidades”.