Agricultura

Primeiro caso de gripe aviária no RS foi confirmado na segunda-feira, na Estação Ecológica do Taim

Agricultura - 30/05/2023 09:26
Desde a última quarta-feira (24), já foram encontradas 60 aves mortas na reserva do Taim, no Sul do RS
Agricultura - 30/05/2023 09:2630/05/2023 09:26

 

A confirmação do primeiro caso de influenza aviária no Estado, na noite de segunda-feira (29), não oferece risco imediato ao mercado avícola gaúcho, conforme entidades que representam o setor produtivo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o que deve ocorrer é o reforço de medidas preventivas que já vinham sendo adotadas pelos produtores.

— Por enquanto, não há risco de fechamento de mercado. Vai aumentar o nível de cuidado das empresas do Estado, que agora têm um caso confirmado em aves silvestres. Não difere nos casos de Espírito Santo e Rio de Janeiro, por exemplo. São aves migratórias, longe da produção industrial. O que a gente tem que fazer é reforçar os cuidados — sublinha Santin.

O presidente frisa que ainda é preciso analisar o caso, mas reforça que os produtores já vêm acompanhando a situação e se preparando para uma eventual contaminação. Segundo ele, o diálogo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com órgãos locais e o setor privado tem sido muito importante para a elaboração de estratégias de enfrentamento à influenza aviária. 

 

O presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, pontua que o setor já estava em alerta desde os surtos registrados na Argentina e no Uruguai, o que permitiu uma preparação para uma eventual chegada da doença. “Com isso conseguimos nos prevenir com ações de fortalecimento da segurança da nossa biodiversidade. Sabíamos que o Brasil estava na rota e agora confirmamos. Continuamos com o nosso setor comercial e de exportação livre de influenza aviária. O Brasil entra no que muitos países já enfrentam”.

Santos menciona o exemplo dos Estados Unidos que segue produzindo, embora enfrente o maior surto de gripe aviária da sua história, que já matou cerca de 60 milhões de aves em 47 Estados. Segundo ele, o setor brasileiro está preparado. “Somos responsáveis por 35% do mercado de frango de corte do mundo, exportando para mais de 165 países. Com certeza, faremos o máximo para manter a nossa avicultura atendendo todas as nossas demandas”.

Medidas preventivas

Ricardo Santin elenca algumas das medidas que vêm sendo recomendadas aos produtores para proteger as aves como: 

* Reforçar as medidas de seguridade como a tela de malha fina, que não permita a entrada de passarinhos. 

* Instalação de telas de contenção para evitar o contato com animais domésticos. 

* Não permitir visitas de pessoas estranhas na granja. 

* Uso de roupas exclusivas para acessar a granja. 

* Não deixar ração aberta no tempo, manter fechada dentro do aviário.  

Primeiro caso no RS

O primeiro foco de alta patogenicidade (H5N1) no Rio Grande do Sul foi confirmado pelo Mapa, na Estação Ecológica do Taim, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, no sul do Estado. A doença foi detectada após testes realizados em cisnes-de-pescoço-preto, ave silvestre da que tem o nome científico de Cygnus melancoryphus.

O local foi interditado por tempo indeterminado. Desde a última quarta-feira (24), já foram encontradas 60 aves mortas durante trabalhos de rotina da equipe local, sendo 59 cisnes e uma caraúna.

O que fazer em caso de suspeita

Caso suspeitos de gripe aviária, em que os animais apresentem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do WhatsApp (51) 98445.2033.

 

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