Coluna Especial

A despiora do FGTS

Coluna Especial - 27/06/2024 10:49
Coluna Especial - 27/06/2024 10:4927/06/2024 10:49

Por Daniel Ângelo Passaia

 

O tema do FGTS, volta e meia aparece nas notícias, como ocorreu nos últimos dias quando o STF julgou o caso iniciado em 2014, referente ao sistema de remuneração dos saldos depositados do fundo. A correção sempre ocorreu por 3% a.a + TR (que basicamente ficou sempre em 0%). O debate era que dita correção não recuperava a perda inflacionária, gerando prejuízos aos trabalhadores, que são os financiadores diretos do FGTS ao terem 8% de seu salário desviados para isso todo mês. Ou seja, é um direito que você mesmo se paga, de forma obrigatória, mesmo que existam outras coisas melhores para investir ou gastar. Neste mês o STF definiu que a correção deve ser equivalente à inflação, porém serão corrigidos apenas os saldos futuros, ou seja sem pagamentos atrasados. Quase tudo isto é bom. A pergunta, no entanto é: porque não deixar esse dinheiro todo mês com o empregado para ele escolher o que fazer e onde investir? Hoje o empregado paga 8% descontado de seu salário para ver o mesmo se desvalorizar com o tempo, diante da baixa correção. Mais do que isso, o trabalhador deixa de usar o seu dinheiro como bem entender, seja investindo, adquirindo bens ou pagando uma previdência privada, diante de uma imposição do governo que te obriga a depositá-lo num fundo que rendia até ontem bem menos que a inflação. Um direito pago obrigatoriamente pelo futuro beneficiário para receber um dia o valor corroído pela inflação. Despiorou? Nem tanto. A grande questão pouco debatida é porque o governo acha que sabe melhor do que o empregado onde este pode gastar 8% de seu salário? Pois é! O papai estado controla até isso, prejudicando a liberdade de cada um sob o argumento de ser um “direito”.

Receba as novidades
Cadastre-se na nossa news