Por: Daniel Ângelo Passaia

A liberdade de expressão merece sobreviver, notadamente nesta época de cataclismo que o Rio Grande do Sul. O tema é relevante ante diversas informações que surgiram sobre os acontecimentos nas enchentes, muitas delas desencontradas ou incompletas, o que não significa, em absoluto, se tratar de uma mentira. Outras tantas opiniões, igualmente devem ser defendidas, por mais absurdas ou contrárias ao que o ouvinte compreende da realidade. Ao reconhecermos que o direito de livremente se expressar é um direito humano e inato às nossas características de ser humano (falar e pensar é algo humanamente natural), devemos ter a consciência de defender o direito de livre expressão de todos, mesmo diante das mentiras ou de falas absurdas. Digo isto, pois, uma sociedade apenas evolui pelo debate, não pelo silenciamento das vozes dissonantes, quando então haverá o confronto do que se julga por verdade e mentira de modo público. Jogar às sombras o debate, escondendo o que se entende por mentira, não a extinguirá, mas apenas a fortalecerá, pois ela continuará a ser espalhada, porém sem o combate público e transparente. Ao falarmos que o governo federal nada fez para auxiliar na catástrofe do estado, estamos frente a uma verdade ou mentira? Todavia, independente disso, esta frase merece ser publicizada para que seja enfrentada com outras afirmações, criando o debate público. Do mesmo modo as postagens sobre trancamento de caminhões com donativos na receita estadual e vedação de uso de barcos por falta de habilitação. Verdade ou mentira, isto fez com que o governo fosse verificar as coisas. Enquanto o homem existir, ele tem o direito de livremente se manifestar, por ser o proprietário de suas cordas vocais, membros e cérebro. Cada um de nós tem o dever de defender este direito humano, para que um dia não sejamos vítimas de censura. Enquanto o governo federal manda investigar palavras e informações, ele deixa de fazer o que deveria: destinar mais recursos para nossos combalidos municípios.