Por: Daniel Ângelo Passaia
Aprovado na lei orçamentária do governo federal, sob aplausos de quase todos os partidos e com poucos dissidentes internos contrários à matéria, novamente teremos o exorbitante gasto de R$ 4,9 bilhões para financiar as campanhas políticas. Sou totalmente contrário, porém a democracia é assim mesmo, semeada pelos interesses dos caciques partidários. A maioria votou para que o financiamento das campanhas eleitorais municipais tivesse o expressivo valor de R$ 4,9 bilhões. A questão é saber se sua destinação atingirá o objetivo de conceder certo equilíbrio financeiro entre os concorrentes ou se servirá para manter os privilegiados partidários, como ocorreu anteriormente. Antes de tal resposta, cumpre apresentar os valores que em âmbito nacional os partidos receberão: PL (886 milhões); PT (619 mi); União Brasil (536 mi); PP (417 mi); MDB (404 mi); PDT (173 mi); PSDB (147 mi); e PSB (147 mi). Cito apenas estes partidos pois são os que existem em Encantado, sede do jornal. Primeiro ponto é saber se o valor será repassado para os pequenos municípios, haja vista que normalmente são destinados para as grandes cidades ou aquelas que são especuladas como estratégicas. Um segundo ponto é estabelecer critérios para a distribuição interna em cada partido de modo a criar incentivos para as pessoas que tenham menos condições financeiras poderem concorrer sem prejudicar a saúde financeira de sua família. Este é o grande objetivo do Fundão. Por mais que eu seja contrário, se ele alcançasse este último objetivo, certamente seria útil para a democracia, pois pessoas com menos condições financeiras colocariam seus nomes à disposição na urna. O que vemos, no entanto, é uma concentração dos valores para quem já possui mandato eleitoral ou cargo importante, o que contribui para as reeleições e prejudica a necessária renovação constante dos políticos. O melhor seria não existir, com as campanhas sendo financiadas livremente, com prestação de contas, por óbvio, mas já que existe, que os valores cheguem para quem realmente necessita para fortalecer a democracia.