Desde a quarta-feira (18) a empresa responsável pela pedreira no bairro Santa Clara na entrada da cidade de Encantado, está com maquinários para a colocação de explosivos para detonar o morro. A licença de operação de exploração do local, sem detonação, é da Secretaria do Meio Ambiente de Encantado, sendo que a licença havia encerrado em novembro deste ano. Mas, após a empresa apresentar documentos, o Município aceitou a renovação.
O bairro Santa Clara, foi um dos mais atingidos por deslizamentos nas chuvas de maio. Dezenas de rachaduras e deslizamentos estão acima e ao lado do local explorado. Dessa forma os moradores e empresários que residem próximo a pedreira estão temerosos do que mais uma explosão no morro poderá acarretar de imediato e a médio e longo prazo. A poucos metros do local, há deslizamentos que inclusive, obrigaram famílias a deixar suas residências por precaução. Inúmeras denúncias estão protocoladas no Ministério Público e também a FEPAM.
Conforme a FEPAM, o órgão não foi notificado para fazer uma avaliação do local. Mesmo assim a FEPAM já entrou em contato com a Secretária do Meio Ambiente de Encantado questionando a licença.
O Vale de Informações está em contato com o Município de Encantado desde a quarta-feira, questionando a renovação da licença de exploração e também a licença para a utilização de explosivos no local.
O retorno foi "recentemente, a licença ambiental da empresa responsável pela extração no Bairro Santa Clara foi renovada. Toda a documentação e os laudos apresentados à municipalidade estão em conformidade com as normas vigentes. Um engenheiro de minas contratado pela empresa emitiu um laudo que confirma a viabilidade da extração, assegurando que não há riscos de desmoronamentos. A operação é supervisionada por um engenheiro de minas e conta com o monitoramento contínuo por meio de cismógrafos. Dessa forma, o Município não possui fundamentos legais que justifiquem a negativa da atividade extrativa, uma vez que todas as exigências foram devidamente atendidas."
Moradores questionam esse retorno, "o estudo foi realizado quando? e foi feito nas áreas ao redor da pedreira ou só na pedreira? porque na minha casa ninguém veio e em maio parte do morro desceu atrás da minha residência, demoramos uma vida para construir uma casa e por causa da ganância de alguns prejudicar toda uma comunidade" disse um morador. Outro morador que mora bem próximo lembra que a exploração deste local tem quase 30 anos, "até quando vão tirar esse morro? não está na hora de parar? os deslizamentos que aqui ocorreram podem ter relação com todos esses anos de exploração, porque toda vez que era detonado, nós tínhamos que sair de casa, então é um absurdo dizer que não há perigo". Outro questionamento dos moradores é sobre onde está instalado o sismógrafo.